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sábado, 15 de junho de 2013

INDIGNAÇÃO: POVO X POVO - POLÍCIA X PROFESSOR - Não devia ser polícia x bandido?



Eis que desconheço o país em que vivo ou sou ignorante mesmo e nunca soube, realmente, em que país tenho vivido este  tempo todo.
Vi minha amiga, professora, honesta, trabalhadora, pagadora de seus impostos ser COVARDEMENTE presa por um policial - me desculpem - estúpido para elogiar o cidadão que, também deve ser honesto, trabalhador, pagador de seus impostos, mas não deve ter  tido, em seu tempo, algum bom professor - como a minha amiga - que lhe ensinasse a respeitar o direito cívico e democrático de protestar, o direito constitucional de expressão e a boa educação, enfim. 

Mas parece que polícia não tem de ter educação. Policial não precisa ser gentil, não pode ser educado, policial, no Brasil, tem de ser grosso, é a síndrome do pequeno poder, eu diria. Eu me lembro de, pequenininho, na escola primária, ver policiais irem falar sobre drogas, sobre trânsito e eles pareciam 'amigos', pareciam gentis, educados ... onde estão estes policiais? Estes amigos? Nâo se parecem com os de hoje. Sei que o estresse todo com que eles têm de lidar diariamente os endurece, os embrutece, mas a culpa não é da população que protesta por melhores condições de vida - inclusive para eles próprios que, quando não fardados (não sei se eles percebem isso) são cidadãos comuns.

Claro que a ordem tem de ser mantida - concordo. Claro que bandido tem de ser preso, também. Claro que o tráfico tem de ser enfrentado, também. Claro que a violência desenfreada em São Paulo tem de parar, também. E onde está esta eficiência toda nestes momentos? Quando cidadãos são mortos em latrocínios quase diários, onde está a eficiência policial? A mesma que prendeu a professora de mãos para os altos que tinha como ÚNICA ARMA A VOZ? Onde está? A inversão de valores que atingiu nossas famílias, nossas ruas, nossa música, nossa TV chegou às nossas instituições públicas: agora lugar de professor com as mãos para o alto é na cadeia! 
Ora, senhores, respeitem as instituições, sim, mas respeitem, também, os cidadãos! Cidadãos que, como os senhores, são povo.
Deve haver na formação da polícia uma espécie de lavagem cerebral porque eles ficam cegos e são tão mal preparados - desculpem-me, por favor, aqueles que são bons, porque há os que são realmente muito bons. Mas, infelizmente, os maus, os incompetentes também existem (como em toda profissão) - tão mal preparados que não sabem lidar com a liberdade, com a democracia, com a expressão livre do pensamento inteligente. 

A professora de que falo é inteligente, é concursada, é dona de seu discurso, de sua vontade, de sua voz. Foi preparada e se prepara diariamente para liderar alunos para serem, no futuro, pessoas melhores. Pessoas que não agirão assim: que não serão vândalos, porque, sim, sou contra o vandalismo, mas que não terão como única arma a violência, a truculência, as bombas. 

O diálogo ficou onde nos cursos de preparação da polícia? Talvez por isso as negociações em sequestros sejam tão bem sucedidas, não é? Sei que devo estar falando até do que não sei, movido pelo ímpeto da revolta de ver uma colega, uma amiga sendo algemada, colocada num camburão como se bandida fosse, enquanto os bandidos de verdade riem da cara da polícia e da minha cara. 

Da minha cara que agora tenho medo de andar pelas ruas da minha cidade. Medo deles e medo de vocês, sim, medo da polícia, porque eu também sou professor, e, se essa moda pega, daqui a pouco sou eu que posso estar na cadeia, não é? 




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